Capítulo 7

                               - Conseguiram, ensaiar? Dani, deu conta? – Ele nos perguntava.

- (risos) Demos, não é? Acho que vamos nos sair bem.

- O nome de vocês já estão rolando no twitter, os fãs estão empolgados.

- Espero não os decepcionar. – Luan falou, passando a mão pelo cabelo e todos riram.

Demos início à dança,  a música era “Você não vale nada, mais eu gosto de você” no começo achei Luan um pouco travado, mais quando teve uma oportunidade, sussurrei em seu ouvido para ele se soltar mais e imaginar, que estávamos apenas nós dois ensaiando, e assim ele fez. Adorei tudo e parece, que surpreendemos, a dança estava divertida e até cheguei a pensar, que peguei um pouco pesado com ele, para o começo, já que os passos eram um pouco complicados.  Luan me abraçou, tirando meus pés do chão no final.

- Mas dançaram, muito bem. – Faustão falava.

- Que bom, que gostou.

- Gostou não, todos aqui amaram. Me surpreenderam de verdade, achei que não levava jeito, Luan, xará. – Luana Piovani, que estava julgando, comentou.

Nos sentamos e fomos esperar a próxima dupla, todos se apresentaram e nos levantamos no final. Os jurados falaram e deram as notas, ficamos com um nove e o resto oito, julgou os outros casais e no final, mesmo com uma nota não muito boa o Gusttavo Lima, que foi para repescagem, também achei que não tinha dançado muito bem, mas tudo era questão de prática.

- Acho que torci meu pé. – Aline falava, assim que saímos do palco.

- Torceu ?

- Acho que sim, dói muito. – Ela se apoiou em Gusttavo, que era seu par e gemeu.

Ele a pegou no colo e deitou ela no sofá, que tinha ali. Um médico chegou e examinou seu pé, o massageou, enquanto Aline ainda reclamava.

- Deslocou, você vai ter que parar de dançar, até melhorar.

- Hãn?

- Não vai ter jeito.

- E quanto tempo leva? – Perguntei.

- Acho que...duas, três semanas.

- Não posso, eu tenho que ensaiar.

- Pelo que me falou, não agüenta nem pisar direito.

- Não acredito, cara. – Seus olhos lacrimejaram e eu a abracei.

- Não fica assim, logo você volta.

- Fazer o que né, pelo menos eu volto quando melhorar. Para ser dançarina só, mais danço. – Ela secava as lágrimas.

- O que aconteceu, Aline? – Karen, a produtora, se aproximou de nós.

- Torci meu pé.

- Vamos ter que te substituir.

- Eu sei. – Ela disse triste.

- Larissa. – Ela olhou em volta e logo Larissa apareceu. – Você aceita entrar no lugar, da Aline?

- Claro, que sim. – Ela sorriu e me fitou.

Todos foram se afastando e só restou eu, Aline, Gusttavo e Luan, que ainda estavam ali.

- A cachorra, ta feliz com a desgraça dos outros. – Ela se referia a Larissa, enquanto se ajeitava no sofá.

- Eu vi.

- Já vai sabendo, ela vai tenta te ferrar.

- Eu sei disso.

- Que bom, se prepara.

- A menina que vai dançar comigo? – Gusttavo perguntou.

- Ela mesmo, é uma vaca. – Aline falava.

- Eu não ligo, não estou em uma guerra e só de ter chegado até aqui, já é ótimo.

- Você não conhece ela, pode até trapacear.

- Trapacear? Eu não deixo, pode deixar que eu fico de olho. – Gusttavo disse.

Me despedi deles e fui para o camarim, me trocar, peguei minha bolsa e saí distraída mexendo em meu celular.

- Daniela? – Ouvi uma voz atrás de mim e me virei.

- Oi, Luan. – Ele apressou os passos.

- Adorei a dança hoje, até eu me surpreendi. – Luan falou rindo.

- (risos) Eu também gostei, acho que temos chance de ganhar.

- Claro que temos. – Fomos interrompidos, por uma risada.

- Você ganhar, Daniela? Acho que não. – Larrisa passou por nós rindo e nem deu tempo de responder nada, também não ia responder, para não ter confusão.

- Ela não gosta mesmo de você. – Luan falava sem jeito.

- Pois é, mais eu não ligo nem um pouco. Vamos focar na dança e em participar, não sou possessiva.

- Então você é das minhas, amo ganhar mas não a todo o custo. – Sorri para ele, que retribuiu.

- Vai pra onde, agora?

- Pra casa.

- Ta de carro?

- Não tenho. – Fiz careta e Luan riu de leve. – Mais vou comprar um, agora estou mais folgada.

- Te dou uma carona, então.

- Não quero incomodar.

- Não incomoda. – Luan passou uma sms para seu secretário, segundo ele, e nós fomos em direção ao carro baixo, que estava o esperando.

- Então, passamos cinco dias juntos e eu ainda não sei nada sobre você. – Ele puxou assunto.

- (risos) É verdade.

- Hãn...Tem quantos anos?

- Vinte e dois, e você?

- Também. – Ele riu.- Mora aqui há muito tempo?

- Sim, me mudei pra cá com dezoito anos.

- Sério?

- É, minha mãe faleceu e eu não tive com quem ficar, então Laura, minha melhor amiga é mais velha que eu um ano e faz faculdade aqui, me chamou para morar com ela.

- Entendi, sinto muito pela sua mãe.

- Obrigada, ela me faz falta.

- Imagino, não consigo me ver sem a minha. – O silêncio reinou, enquanto nos encarávamos.

- Você tem irmãos? – Quebrei ele.

- Hãn...Tenho sim, uma irmã. E você?

- Não tenho, meu sonho.

- (risos) Sério?

- É.

- E...Seu pai?

- Nunca o vi, ele traiu minha mãe e foi embora quando nasci.

- Que triste isso.

- Minha vida é meio triste mesmo, mais agora está melhorando. – Sorri de lado.

- Vai melhorar, ainda mais, só acreditar.

- Eu acredito!

- Você mora sozinha com sua amiga, devem sair muito não é? Essa cidade linda.

- Não saímos muito, pra falar a verdade, eu só venho para o trabalho e fico no condomínio mesmo. Não tenho muitos amigos, e agora ela vai se casar.

- Sua amiga?

- É, vou ficar sozinha. O apartamento é dela e eu não vou me sentir bem, morando ali.

- Então vai se mudar?

- Tem um apartamento à venda no prédio, mais é bem caro e apesar de poder pagar parcelado, não sei se compro.

- Se você pode, compra sim. Tem que viver, você ainda é jovem.

- É, acho que você tem razão.

- Acho não, eu tenho.

- (risos) Tudo bem, você tem razão, Luan. Mas lá é tão grande, vou me sentir tão sozinha, não tenho amigos, só colegas mesmo.

- Sério? Nem um namorado?

- (risos) Nem um namorado. Eu gosto de fazer amizades, mas sou muito tímida.

- Percebi que é tímida mesmo, se você quiser uma nova amizade, estamos ai.

- Claro que eu quero, quanto mais amigos, melhor.

- (risos) Que bom então, vamos ser grandes amigos, você é bem simpática, parece ser divertida também.

- Acho que sou. – Disse rindo. – Também se não fosse, você não diria.

- Eu sou sincero.

- Sei... – Chegamos em minha casa e eu me despedi dele, com dois beijos no rosto, dei um “tchau” para seu segurança e seu secretário, que estavam no banco da frente e saí .

- Que sorrisinho é esse? – Laura, me tirou dos pensamentos.