Capítulo 102

- Onde conseguiram esse bebê ? – Olhei para Luan.

- Mãe ... Daniela estava indo ao banheiro, como todos viram e quando estava voltando ouviu um barulho e foi até lá...

- Ela estava no chão ? – Ela falava calma, queria entender.

- Estava em um saco plástico, preto. – Eu disse.

- Nossa, que maldade !

- Também acho ...

- Queria saber o que acham que devemos fazer. – Luan disse.

- Então ... Tem que fazer o que todos fazem nesse caso, chamar a polícia.- Amarildo disse.

- Mas ... Chamar a polícia, pai ? Eu não queria me expor tanto.

- Não tem outro jeito, Luan. Peça para que não te exponham.

- Não sei se vai ter jeito ...

- Mas esse é o único jeito. – Eles saíram do quarto logo depois, nos deixando a sós.

- Lu ... – Chamei por Luan, que via a porta se fechar.

- O que foi ? – Ele se sentou do meu lado.

- Não queria polícia no meio.

- Nem eu, meu amor. Mas é o único jeito !

- Eu não sei ... – Olhei para trás, o bebê ainda nos olhava atento.

- O que você quer fazer ? – Voltei a olhar para Luan.

- Eu pensei uma coisa aqui, mas ... Você nunca vai aceitar.

- O que é ? – O encarei por um momento, meus pensamentos tinham ido longe demais e com certeza o Luan não iria me apoiar. – Pode falar, eu sou seu marido e sempre vou estar do seu lado. – Sorri.

- Eu ... Queria ficar com ele.

- O que ?

- Eu queria ficar com o bebê, amor. – Minha voz saia baixa.

- Como ... Ficar?

- Ficar, criar, cuidar, dar amor...

- Eu não sei, Daniela. Você sabe que eu estou em um momento ótimo da minha carreira e ...

- Eu sei, amor. Mas eu juro que não vai te prejudicar em nada.

- Vai envolver várias coisas, Daniela. Vai envolver polícia e mais um monte, nós vamos ter que ficar indo e voltando resolvendo várias coisas. Vamos entregá-lo e peço para que não citem meu nome e pronto.

- Luan ? Olha pra essa criança, ela precisa de uma família e foi Deus que a colocou no meu caminho, Deus que me dez escutar seu chorinho. Ela precisa de uma mãe e eu ... Bom, eu preciso de mais um filho e não posso ter. – As lágrimas já insistiam em cair.

- Você disse que não queria adotar e agora quer ? Espera um pouco e depois adotamos uma criança.

- Eu quero esse bebê, ele foi feito pra mim. Eu sinto !

- Amor...

- Por favor, Luan ! Eu preciso de verdade.

- Nós já temos um filho ...

- Eu sei, e eu o amo mais que a minha vida. Mas eu sinto que esse bebê precisa de mim, por favor me deixa ficar com ele?

- Eu posso pensar? – Luan suspirou.

- Pensa em mim ? – Escutamos passos no corredor e eu limpei minhas lágrimas rápido.

Bruna me entregou as coisas que estavam com ela e Luan desceu, nos deixando ali.

Demos um banho no bebê, com a banheira que eu tinha pedido para que comprasse, colocamos sua roupinha e penteamos seus cabelinhos ralinhos, lisinhos e pretos. Ela colocou em uma mamadeira também, o leite que eu também pedi que comprasse.

Mamava com vontade, enquanto eu ninava em meu colo, de um lado para o outro.

- Eu não sabia o sexo e trouxe tudo verde e amarelo. – Bruna, dizia.

- Não tem problema, agora sabemos que é uma menina. – Ri.

- Linda ela ... Como tem gente ruim nesse mundo.

- Nem me fala.

- O que Luan disse para o pessoal de mim?

- Que estava com dor e por isso quis vim no carro baixo e agora está dormindo. – Ela fez careta e eu ri.

- Não desconfiam?

- Nem um pouco. O que vão fazer com ela ?

- Eu ... Vou te falar a verdade, eu quero ficar com ela.