Capítulo 31

- Eu? Nada. – Ela riu. – Só estou falando. Vai dar o golpe do baú?

- A única que da golpe aqui, é você.

- Nossa! Você me ofendeu, mas não ligo. Não acredito que a mulher, mais comportada do universo, teve a coragem de ser amante.

- Amante?

- Claro, ou você acha que eu acredito que ele está com você só agora. Ele tinha namorada, ou você também quer que eu acredite, que você não sabia?

- Eu não fui, não sou e nunca vou ser isso. Você não sabe de nada.

- Me conta então, vai.

- Não conto nada! Eu já vou, cansei de perder meu tempo com você.

- Vai fugir?

- Vai cuidar da sua vida. – Passei por ela com raiva. Não queria ficar ali, para não brigar e ser demitida, era a última coisa que eu queria naquele momento.

Karen, a produtora do programa, me pediu para ficar ali até um pouco mais tarde, queria que eu a ajudasse na escolha dos figurinos, estranhei, ela nunca pedia nossa opinião para isso. Mas ela logo se explicou, dizendo que estava gostando do meu trabalho e via que eu tinha um bom gosto.

Perdi a hora ali e quando me dei conta, já era quase quatro horas da tarde. Me despedi dela e saí andando, quando estava quase chegando perto da porta de saída meu celular apitou, fui o procurando dentro da bolsa, não achava, tinha muita coisa.

Olhei para cima quando escutei uma falação, tinha um monte de repórteres na porta, os seguranças tentavam os afastar dali. Já ia passando direto, quando ouço um me chamar e logo a atenção de todos se voltarem para mim, foram em minha direção, mas uma vez sendo impedidos pelo os seguranças.

- Daniela, é verdade que você é a nova namorada do Luan Santana? – Paralisei e os olhei sem reação.

- Pode nos dizer, já temos a confirmação. – Outro falou e eu comecei a andar novamente. Se já tinham a confirmação, para que estavam me pedindo para falar?

Vi um segurança vim correndo de longe e o mesmo, me acompanhou até o meu carro. Agradeci e entrei no carro, respirei fundo e coloquei na cabeça, que eu tinha que me acostumar com aquilo. Ouvi meu celular tocar e deixei para atender só em casa.

Assim que entrei na sala, joguei minhas coisas no sofá e peguei o celular, que tocava pela terceira vez.

- Oi. – Nem olhei quem era.

- Daniela? Até que enfim, quer me matar do coração? – Luan, reclamava do outro lado da linha.

- Me desculpe, eu estava dirigindo. – Me sentei no sofá.

- Tudo bem. Só queria dizer, que já sabem que você que é minha namorada.

- E eu não sei? Foram me procurar lá no projac, acredita?

- Sério? Nossa!

- Sério. – Suspirei.

- Me desculpa por isso, amor.

- Não tem problema, eu agüento. Tudo por você! – Sorri sozinha.

- Eu te amo, cada dia mais. Com um tempo acostumam.

- Eu sei, só aparecer outra fofoca que esquecem. – Rimos.

- Queria saber, como ficaram sabendo. – Luan falou, pensativo.

- Pois eu acho que sei. – Lembrei da minha conversa com Larissa e fechei os olhos de raiva.

- Sabe?

- Sei...Eu tive uma conversa, digamos, que nada agradável com uma colega no trabalho.

- Colega?

- Ta, não é uma colega. A Larissa, lembra dela?

- Aquela, que vocês não si dão?

- Ela que não vai com a minha cara e eu nunca entendi o porque. – O corrigi.

- Esquece isso, uma hora ou outra eles iriam descobrir mesmo.

- Eu sei, acho que foi até melhor assim.

- Foi sim. Vou dar uma entrevista hoje. Vai vim aqui na semana que vem mesmo?

- Vou sim, meu amor.

- O bicuço, vai te buscar.

- Ah! Seu avião né? – Ri. – Não precisa...

- Claro que precisa, ainda mais agora. Depois te ligo e combinamos tudo.

- Está bem, beijos. Te amo!

- Te amo!

Me joguei no sofá de uma vez só, quando ia preparar algo para comer. Laura chegou e comemos juntas, disse que iria para Londrina naquela semana também, ficaria na casa do Rober.

{...}

A semana se passou rápido e mais duas vezes os repórteres e fotógrafos foram me incomodar no trabalho, mas não estava mais me importando.

Fui para o aeroporto de manhã e já estava dando graças a Deus, que não tinha quase ninguém lá. Até que vi de longe um fotógrafo. Entrei no jatinho do Luan, que já me esperava e cumprimentei seu piloto.

Não demorou muito para chegarmos em Londrina, o piloto apontou um carro preto que me esperava, agradeci por tudo e fui andando rápido até lá.