Capítulo 9

                                                              - Que me matar, Luan?

- (risos) Desculpa.

- Como me achou aqui?

- Perguntei onde era seu apartamento e me falara, que você se mudaria para esse.

- Entendi, vamos pegar o restante das malas.

Levamos as malas e colocamos tudo no quarto que seria meu.

- Você comprou esses móveis? – Luan olhou em volta.

- Não, o dono deixou aqui, disse que não faria falta. – Dei de ombros.

- Sério? Te cobrou mais caro?

- Sabe que não.

- Olha...Ele deve ter gostado de você. – Luan disse rindo.

- (risos) Claro que não. Ele é rico, por isso.

- Sei...Você é bonita, não vejo o porque dele não ter te olhado. – Sorri sem graça e senti meu rosto queimar, abaixei a cabeça.

- Vamos começar a desarrumar as malas, só isso que tem pra fazer.

- Claro, vamos lá.

Desarrumamos tudo, tinha um closet ali e conseguimos colocar algumas roupas lá, Luan deu palpite e eu arrumei a cama do jeito dele, rindo. Cansamos de tanto arrumar roupas e fomos para a cozinha.

- Já volto, vou buscar alguma coisa para comermos. – Fui correndo até o antigo apartamento e fiz um sanduíche para nós e peguei um suco de caixinha.

- Um, bom isso. – Ele falava de boca cheia, enquanto eu ria.- Sabe cozinhar?

- Mais é claro, minha mãe me ensinou. Ela sempre dizia que mulher mesmo, tinha que saber cozinhar.

- (risos) Ela devia cozinhar bem, e você também.

- Modéstia parte, eu cozinho sim. – Ri.

- Um dia, eu quero provar.

- Está convidado a inaugurar esse apartamento, com um belo almoço.

- Que dia?

- Amanhã, topa?

- Opa, claro que dá. Uma honra.

- (risos) Honra pra mim, ter o Luan Santana aqui, provando da minha humilde comida.

- Que boba, você. – Ele riu.

- Será que sua namorada não vai se importar?

- Hãn...Não, brigamos hoje.

- Nossa! Então melhor nem...

- Não! Claro que eu venho, somos amigos, já esqueceu?

- (risos) Claro que não.

- Que bom, porque eu não vou esquecer. – Ficamos nos olhando e eu voltei a comer, para quebrar o clima.

- Só não quero atrapalhar.

- Você não atrapalha, Dani. – Ele suspirou e deu mais uma mordida em seu sanduíche.

- Que desabafar? – Não sei o porque disse aquilo, só saiu. Eu sempre via mais além das pessoas e sempre gostava de ajudar, sentia que Luan estava pesado. Ele me olhou um pouco surpreso.

- Como você sabe? Estou precisando mesmo.

- Nem eu sei, pra falar a verdade. – Ele riu de leve.

- Acho que vou terminar meu namoro, não está dando certo.

- Sério?

- É, ela é bem diferente de mim sabe? Não fala direito com as minhas fãs e, ela diz que não, mais acho que não gosta muito da vida que eu levo.

- Nossa! É complicado...Mais você, gosta dela?

- Eu gostava mais. – Ele só disse isso e o silêncio reinou.- Não sei porque estou fazendo isso.

- Isso o que? – Perguntei de boca cheia e ele riu.

- Desabafando com você, não sou disso, nem com a minha mãe direito, às vezes ela fica doida de bater na porta do meu quarto, para saber o que se passa.

- Sério? Não faz isso, é tão bom ter uma mãe ali atrás de você, querendo saber o que você tem, o por que de estar triste, você não sabe o quanto dói, quando se perde.

- Não quero nem pensar, e...Você tem razão. – Eu sorri de lado.

- Desabafar, às vezes faz bem.

- É, eu me senti melhor mesmo...Não sei se é porque, é com você.

- Comigo?

- É, sei lá. Você é uma boa pessoa, um dia te levo para conhecer meus pais e minha irmã, eles vão te adorar.

- Eu vou morrer de vergonha. – Ele gargalhou.

- Não precisa, minha mãe vai querer te adotar até, vou ficar com ciúmes.

- (risos) Até parece. Pelo que você fala dela, parece ser aquelas mães protetoras, que fica ali pra tudo.

- É sim, você acertou em cheio.

- A minha também era assim.

- Eu imagino, pelo que você também disse, ela foi uma batalhadora, que conseguiu te criar sozinha, te dar as coisas e uma educação de ouro.

- Assim você me deixa sem graça.

- Não precisa. – Ele passou a mão pelo meu rosto.

Voltamos para o meu quarto e fizemos careta, só de ver as coisas que faltavam para arrumar.

- Acho que vou terminar isso amanhã.

- É, também acho (risos) Eu te ajudo, depois de amanhã viajamos.

- Tudo bem, muito obrigada. Não sabe o quanto me ajudou. – O abracei apertado e ele retribuiu da mesma forma.

- Então eu já vou, fica com Deus.

                           - Vai com ele, você também. – Sorrimos quando nos afastamos.