Capítulo 95

- Oi ! – Me arrepiei com sua voz em minha nuca e me virei.

- Tudo bem ?

- Melhor agora ! – Sua voz era linda, sorri.

- Que ótimo !

- Você tem namorado ? – Ele foi direto.

- Não ... E você ?

- Também não. – Esse foi nosso “diálogo” logo senti seus lábios gelados nos meus.

Beijei ele e não foi pouco, foi quase à noite toda, se Luan podia senti a sensação boa de beijar, por que eu não ? Claro, que não era igual ao beijo dele, claro que não era ele, mas mesmo assim não era ruim.

Me despedi do rapaz, quando vi que já quase amanhecia e fui à procura dos meus fieis escudeiros, que riam de algo perto do bar.

- Vamos ?

- Já estava na hora ... Aproveitou em ? – Eles riram.

- Sabia que teria piadinha sua, Jhonatan.

- Sempre, baby !

Fomos para a porta de saída, custamos a chegar no estacionamento reservado, ainda estava lotado, mesmo naquele horário.

Vi Luan e seu grupo indo em direção a um carro, por coincidência, o nosso estava ao lado do dele.

- Amanhã eu passo lá pra ver o Pedro. – Ele disse, assim que me viu.

- Ele está na casa do meu pai, acho que só pego ele lá à noite.

- Por que ?

- Ele quer brincar com os tios, que não ver a tempos.

- Mas eu também não o vejo a tempos.

- Porque quer ! – Revirei os olhos.

- Vai começar, Daniela ? Eu vou passar lá amanhã e ponto, e se ele não estiver lá eu vou buscá-lo.

- Você é um chato !

- Olha só quem fala ...

- Ah, esqueci meu celular lá dentro ! – E antes mesmo que falássemos algo, Laura saiu correndo para dentro da boate de novo. Rober falou algo com Guto e Well e os dois saíram andando.

- Vão a onde ? – Luan perguntou.

- Eu vou falar com a Laura, o Guto vai comprar uma água e o Well também. Não sai daqui ! – Rober respondeu, já andavam.

- Então ... – Olhamos para Jhonatan. – Não quero ficar vendo dr, vou esperar você e a Laura lá na saída do estacionamento. – Ele entrou no carro e deu partida.

- Então você ta pegando geral ? – Luan riu.

- Hãn ?

- Seu amigo e depois já estava aos beijos com outro. É uma ...

- É uma o que ? Termina se você for homem, seu idiota !

- É isso mesmo que você está pensando.

- Otário ! Você se casou comigo, sabia?

- Claro que sabia, tem como esquecer ?

- Claro que não, né ? – Ri irônica.

- Você não era assim, Daniela.

- Eu cansei de ser boazinha. Você não pode pegar todas? Por que eu não ?

- É diferente ... Eu sou homem.

- Sério ? Você é machista, isso sim ! – Ele bufou.

- Ta bem, eu errei e confesso. Não deveria ter ficado com ela, casado com você. Mas foi pra ...

- Pra ? – Comecei a prestar mais atenção no que falava.

- Pra te fazer ciúmes, satisfeita ?

- Sério ? – Não esperava aquela resposta.

- Sério. – Ele disse baixo. – Eu ainda te amo, não percebe ? Não percebe que eu não quero me separar de você, por isso evito ir até o apartamento, porque sei que teremos que conversar, por isso só ligo pra você e pergunto do Pedro e logo desligo, com medo de você tocar no assunto !

- Eu também te amo e sempre vou te amar ! Eu também não queria tocar nesse assunto e se seu medo for esse, pode ficar descansado porque eu nunca iria tocar nesse assunto, eu não quero nunca me separar de você ! – As benditas lágrimas, deram sinais em meus olhos.

Tomei a iniciativa de me aproximar dele, olhei em seus olhos, que também brilhavam como os meus, mas ele não permitia que as lágrimas caíssem, sua expressão era bem séria, orgulho ? Talvez !

Grudei em sua nuca com as duas mãos e antes que fugisse, pelo menos esse era o meu medo, grudei nossos lábios, o encostei no carro e o beijei com toda intensidade que tinha dentro de mim, fazia força pra não deixar nossos corpos nem um centímetro longe um do outro. Sugava sua língua e seus lábios, queria sentir o gosto dele de novo, intenso. Suas mãos ainda não tocavam em mim, mas ele correspondia ao beijo, com a mesma intensidade que eu, estava na ponta dos pés. Parei de beijá-lo, quando o ar faltou.