sábado, 30 de novembro de 2013

Capítulo 76


- Lógico que não, eu não sou disso. A gente ficou, depois que ele largou a menina.
- Ah...Menos mal. – Começamos a comer e o clima continuava tenso.
A salvação foram às crianças, que falavam e perguntavam as coisas para Luan, que respondia sorrindo.
- O que você é meu mesmo? – Gabriela comia e nós ríamos.
- Sou seu cunhado.
- Ah!
- Mãe, eu quero ir em um show do Luan. – Ricardo pedia.
- Um dia vamos todos.
- Tenho show aqui hoje, se quiserem... – Luan disse.
- Ah, hoje não vai dar.
- Por favor, mãe, deixa eu ir no show do meu cunhado. – Ri com aquilo.
- Deixa, Sarah. Vão comigo e com o Pedro. – Pedi.
- Não vai dar trabalho? Já dormiram na sua casa.
- Não vão, deixa?
- Tudo bem. – Eles bateram palmas animados.
- Tudo bem? Claro que não está tudo bem, não vai dar. – Meu pai acabou com a alegria deles, que ficaram emburrados.
- Por que não? – Perguntei.
- São muito pequenos, para irem nesse tipo de ...
- Tipo de? É um show, que aliás, vai dezenas de crianças com os pais. Vamos assistir do palco, não tem problema algum. – Falei impaciente e ouvir ele suspirar.
- Tudo bem, Daniela. Só porque querem muito e vão estar com você. – Não entendi aquilo e o olhei erguendo uma sobrancelha. Sarah percebeu o “clima” e mudou o assunto, piscando disfarçadamente pra mim.
Fomos embora depois do almoço e combinei, para levarem as crianças até minha casa, no começo da noite.
- O que seu pai, tem contra mim? – Luan disse, assim que entramos em casa.
- Eu também queria saber, que saco! Estava tudo bom demais para ser verdade.
- Eu só não entendi, eu nunca fiz nada pra ele, cara. Na verdade, eu nem tinha nunca conversado com ele.
- Eu vou resolver isso.
- Não vai brigar.
- Não vou, só vou perguntar. – Fomos para o quarto e nos deitamos na cama.
No final da tarde, preparei um lanche para nós e depois fui dar um banho em Pedro, enquanto Luan tomava o seu no banheiro do quarto.
O arrumei e voltamos para o meu quarto, por um milagre, Luan já estava pronto e arrumando seu cabelo no espelho.
- Já ?
- (risos) Sou rápido, amor.
- Sei. – Fui em direção ao banheiro, Luan me parou no meio do caminho e me beijou. – Nossa!- Ele saiu rindo.
Tomei um banho rápido e arrumei meus cabelos no banheiro mesmo, fiz uma maquiagem básica, me troquei e como de costume fui até o espelho tirar uma foto.



Fui para a cozinha, onde estava Luan e Pedro, comendo.
- Vai se sujar todo, Pedro. Luan! – Fui até ele e o limpei, com sua toalhinha, que estava em cima da mesa.
- O que foi? – Luan perguntou de boca cheia.
- O que foi? – Imitei ele, que riu. – Olha só o Pedro, todo sujo de chocolate e você não faz nada, ele já tomou banho.
- Ué, amor, o que eu podia fazer? Ele só sujou a cara também. – Ele deu de ombros e riu de leve no final.
- Mas você, em! – Molhei minha mão e passei na boca do Pedro, que resmungou. Tentei tirar o biscoito de sua mão, mas não teve jeito, ameaçava a chorar. – Esse é o último, come isso de uma vez. – Limpei minha mão.
- Ta gatinha, amor. – Luan me abraçou por trás, me assustando e beijando o meu pescoço.
- Eu sou.
- Nossa! Que convencida.
- Convivência, com um certo alguém. – Me virei para ele e agarrei seu pescoço, com minhas mãos.
- (risos) É? – Não respondi e o beijei, paramos com Pedro tossindo, rimos e fomos até ele. 
Tinha engasgado com seu biscoito.

Capítulo 75


Acordei no outro dia e todos ainda dormiam como anjos ao meu lado. Fui para a cozinha e Alice já arrumava a casa, peguei uma maçã e conversei um pouco com ela.
- Ah! Vamos almoçar fora hoje, está liberada mais cedo. – Falei antes de voltar para o quarto.
- Está bem.
Tomei um banho, arrumei o cabelo e fiz uma maquiagem rápida. Meu celular apitou e era mensagem de Luan:
“ Já estou chegando, princesa!” – Ri e o respondi.
Voltei a me arrumar e depois troquei de roupa.
Acordei as crianças e dei um banho em Pedro e Ricardo, enquanto Alice banhava Gabriela em outro banheiro.
Trocamos eles e foram para sala correndo, sempre rindo, o que me fazia rir também.
Peguei minha bolsa e meu celular, resolvi tirar uma foto para postar.



- Vamos pessoas? – Cheguei na sala, onde me esperavam.
- Vamos! – Ricardo gritou e eu ri.
Fomos para o meu carro e de lá para o restaurante, tinha falado com Luan por mensagem, para nos encontrar lá mesmo.
Cheguei em frente ao restaurante, que por pura sorte, estava bem vazio. Tirei o cinto das crianças e fomos até onde meu Pai e Sarah nos esperavam.
- Demoramos? – Sorri, me sentando de frente para eles.
- Não, acabamos de chegar. – Sarah sorriu simpática.
Abraçou os filhos e Pedro também, pedi três cadeiras maiores para o garçom, já que estava acostumada a ir até lá quase sempre, com Luan.
Pedimos o prato e ficamos conversando, Sarah era simpática e ao contrário do que pensei, uma pessoa que aparentava ter um bom coração e ser bem simples.
Meu celular apitou e era Luan, dizia que já estava quase lá.
- Daqui a pouco o Luan vem. – Os olhei.
- Seu marido? – Ela perguntou, dando um gole de seu suco.
- É sim. – Sorri.
- Vimos muitas fotos dele pelo caminho, é muito famoso por aqui. Não é, amor? – Ela cutucou meu pai, que tinha fechado a cara, me deixando confusa.
- Acho que sim.
- Ele é bem famoso mesmo, as fãs são uns amores. - Disse.
- Vejo que gosta muito dele.
- Gosto sim, Sarah. Na verdade, eu o amo! – Voltei a sorri involuntariamente.
- Que lindo isso! – Ela sorriu também. – Quero conhecê-lo direito logo.
- Já está chegando, acho que vão gostar dele. É bem simples e simpático.
- Deve ser, porque você é uma menina de ouro.
- Obrigada, você é muito gentil.
- (risos) O que é isso! – A comida chegou e eu resolvi esperar por Luan.
Que não demorou muito e já estava entrando no restaurante, falando com as pessoas que falavam com ele e atraindo atenções.
- Me atrasei, amor. – Ele riu enquanto selava nossos lábios.
- (risos) Percebi. Senta aqui, esse é o meu pai e a sua mulher, Sarah, que eu te falei.
- Ah! Muito prazer! – Ele pegou na mão de Sarah que sorria, enquanto meu pai o encarava.
- Onde se conheceram? – Ele já perguntou.
- Então... – Luan passava as mãos nos cabelos. – Aqui mesmo, em um programa de tv. Dançamos juntos.
- Sério? Que lindo! Eu vi mesmo que trabalha em um emissora, Daniela. – Sarah disse.
- (risos) É, a gente se conheceu lá.
- E já ficaram de primeiro.
- Não porque eu ainda estava namorando.
- Estava namorando? Que feio, Daniela, você foi amante? – O clima pesou, com aquelas palavras do meu pai, que foi fuzilado com os meus olhos.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Capítulo 74


A porta se abriu e a sala foi invadida por risadas finas e altas, que nos fizeram sorrir.
- Se divertiram? – Eles assentiram com a cabeça. – Quem está com fome aí? – Gritaram e correram para perto de mim.
- (risos) Eu já vou, dona Daniela.
- Pode ir, Alice. Muito obrigada, você quebrou um galho.
- O que é isso, são uns amores, assim como Pedro.
- Acho que são mais quietos que o Pedro.
- Só se for a Gabi. – Sarah disse rindo, vi que Ricardo me olhava travesso e rir também.
Fomos para a cozinha e as crianças se empolgaram, quando me viram fritar as batatas e esquentava a comida.
Comemos com a falação e risadinhas deles. Como era bom aquilo, meu pai, minha madrasta e meus irmão, todos sentados e reunidos à mesa, com o meu filho que sorria sem parar.
- Vamos, amores? – Meu pai falava, ainda sentado à mesa. Tínhamos acabado de comer a sobremesa.
- Já? – Ricardo fez um bico lindo.
- (risos) Já sim, meu amor, amanhã nós voltamos. Se sua irmã puder, claro. – Sarah disse e eu sorri.
- Claro que sim, por que não os deixam ficar mais um pouco?
- Deixa a gente dormir aqui com o Pedro, mamãe? – Gabri disse.
- Claro que não, Gabriela.
- Por que não? – Perguntei.
- Ah! Muito trabalho pra você, já ir deixando eles aqui, te incomodando.
- Claro que não me incomoda, se eles ficarem mesmo, o que tem? – Ela olhou para o meu pai, que assentiu.
-Tudo bem, vocês vão ficar mesmo? Dormir direitinho?
- Vamos sim, mamãe. – Eles sorriam animados.
- Então está bem. Tenho medo que chorem, Daniela ou dão trabalho.
- Não vão dar trabalho, é bom que a casa enche. Fica muito vazia só comigo e Pedro, quando Luan viaja. E vocês não vão chorar, vão? – Me virei para eles, que negaram. – Ótimo!
- Mas nós já vamos mesmo. – Fomos todos para sala. – Que tal almoçarmos em um restaurante amanhã?
- Pode ser, já vou com eles.
- Então está bem, nos encontramos lá, meio dia. – Ele me deu um cartão do restaurante.
Assenti com a cabeça e os abracei, eles beijaram as crianças e saíram.
Brincamos a tarde inteira, no final da tarde, os coloquei para tomar banho. Fizeram questão de tomar sozinhos, depois se deitaram em minha cama.
- Mãe. – Pedro apareceu.
- Oi, meu amor. Ainda não dormiu? – O peguei no colo, lia uma revista na sala.
- Não. – Falava manhoso.
- O que você quer? Leitinho? – Assentiu com a cabecinha e eu ri me levantando, com ele ainda em meu colo.
Fiz sua mamadeira e voltamos para sala, o deitei em meu colo enquanto bebia.
O coloquei na cama junto com os meus irmãos, quando vi que já dormia e voltei para sala. Disquei os números de Luan e liguei para ele:
- Dani?
- Oi, meu amor. Está ocupado?
- Não...Pode falar.
- Almoçamos hoje, aqui.
- E aí?
- Eu os perdoei, ele é meu pai e não tinha como. Fiz o que mandou e ouvi meu coração.
- Fico tão feliz por ter te ajudado, meu anjo. Pra isso, que também serve o casamento.
- Com certeza! Obrigada, meu amor, você é o melhor! – Escutei sua risadinha.
- Você que é, minha princesa.
- Eu já me apaixonei pelas crianças, sabe? Acreditam que estão dormindo aqui?
- (risos) Sério? Eu quero conhecê-los melhor também.
- Claro que sim, marcamos um dia.
- Falar nisso, eu chego amanhã mesmo. Adiantamos as coisas.
- Que ótimo, meu amor! Marquei um almoço com eles, em um restaurante.
- Vamos todos.
- Isso! E já te conhecem e você, eles.
- Já disse que estou feliz por você? Te amo, pequena. Tenho que desligar.
- Oh, meu amor! Eu te amo muito mais. Até amanhã.
Desligamos e eu me deitei no sofá, liguei a tv e fiquei assistindo por um bom tempo.
Arrumei a cozinha do almoço ainda e deixei um lanche pronto, para as crianças. Os acordei quando já anoitecia e comemos entre risadas, fomos para sala e nos sentamos no chão.
- Sabe o que eu queria? – Gabriela falava, tímida.
- O que você queria, meu amor?
- (risos) Faz pipoca pra gente, irmã? – Sorri com sua falinha e com sua última palavra, me aproximei dela e mordi suas bochechas gordas. Pedro e Ricardo, me olhavam atentos, fui até eles também e os enchi de beijo.
- A irmã faz pra você, coisa linda. – Ri e me levantei.
Fiz a pipoca e peguei mais algum doce que tinha ali e voltei para sala. Comemos, nos lambuzamos e fizemos muita bagunça.
                               Fomos dormir bem tarde, todos apertadinhos em minha cama

Capítulo 73


Fomos até a porta daquele jeito, chorei mais um pouco na despedida. Depois de um ano, ainda não me acostumava com aquilo.
Dormi aquela tarde inteira com Pedro, ou pelo menos eu tentei. Acordava toda hora assustada e olhava em volta, lembrava do que aconteceu à tarde e voltava a tentar dormir.
A noite  também não foi muito diferente daquilo, abraçava meu filho forte, era meu único consolo no momento, que dormia feito um anjinho.

{...}

Acordei cedo no outro dia e liguei para a minha academia de dança, avisando que não iria, já que tinha marcado com elas. Acordei Pedro com muito custo e falei com Alice, quando estávamos comendo, que era para passear com Pedro e mais duas crianças, quando chegassem.
- Não saí daqui, Alice.
- Pode deixar, dona Daniela.
- Fica tranqüila, as crianças são calmas e você vai dar conta. – Ri.
- (risos) Está bem.
- Sei que três não é fácil. – Bebi um pouco do meu café.
- São primos da senhora? Sobrinhos? – Ela tentava adivinhar.
Terminei de beber e olhei por algum tempo, olhei para o lado e resolvi falar.
- São meus irmãos.
- Ah! Eu não sabia que tinha irmãos...Ainda mais, pequenos assim.
- (risos) Pois é, eu tenho. – Me levantei e a campainha tocou, respirei fundo e fui abri-la.
Falei com as crianças primeiro, que já estavam mais íntimas e soltas.
Nos sentamos no sofá, logo que saíram.
- Você pensou no que eu disse?
- Eu pensei em tudo, nem dormir direito eu consegui. – Fui sincera.
- Hãn...Eu espero que nos perdoe, Daniela. É de coração. – Sarah falava e eu pude ver sua sinceridade.
- Vocês sabem, que é complicado pra mim.
- Sabemos sim, filha. Mas por favor, somos sua família.
- Eu sei e já amo as crianças, podem acreditar. Mas está tudo confuso.
- Com o tempo, as coisas se encaixam.
- Eu também acho...Espero! Não consigo entender por que me deixou pequena e agora está atrás de mim.
- Eu me arrependi. – Ele fitou o chão.
- Se arrependeu mesmo ou agora que estou casada com famoso e com uma vida boa, resolveu aparecer?
- Eu não quero nada seu, eu também tenho uma vida boa. – Ele ficou surpreso com minhas palavras, que nem eu mesma esperava.
- Mas antes...Não queria assumir uma filha pobre.
- Para com isso, Daniela. Eu só encontrei você agora, me desculpa por tudo? – Vi uma lágrima cair, do canto esquerdo de seus olhos e me espantei. – Eu te amo, minha filha. Se o tempo voltasse, eu manteria contato com você. – Ele pegou em minha mão e eu me soltei dele.
- Eu...Não sei. – Abaixei a cabeça.
- Por favor. – Ele suplicou. – Eu amei te ver de novo, está tão...Linda! – Olhei para ele e sorri, não podia deixar de perdoá-lo. Para uns pode ser idiotice e outros, são vingativos demais, mas ele... Era o MEU pai, que eu quis encontrar por anos.
- Eu amo tanto você, pai. Mesmo sem te conhecer, mesmo depois de ter me abandonado, eu amo o senhor do mesmo jeito. Eu amei os meus irmãozinhos, sempre foi meu sonho ter. – Abracei ele forte e chorei, chorei de soluçar.
Quando abri meus olhos, vi por cima de seu ombro, que Sarah secava as lágrimas.
- Me desculpa você também, por ter te tratado assim. Sei que tem intenções boas e quer ser minha amiga. – Me levantei e abracei ela também, que se assustou com a minha atitude.
- Você é uma menina de ouro, nós que temos que ter o seu perdão e você está se desculpando por não ter falado direito conosco. Você é muito linda e especial, seu pai tem toda razão quando diz isso.
- Diz isso?
- Ele diz. – Ela sorriu. – Mesmo não te conhecendo crescida, sempre leva uma foto sua na carteira. Bem lindinha e pequena, lembra a Gabriela demais.
- Eu também achei, que ela se parece comigo.
- Muito! São a cara do pai. – Ela olhou para o meu pai, que sorria com a sena.
- Que tal almoçarem aqui comigo e o Pedro?
- Não vai te incomodar, minha filha?
- Claro que não, deixa só eles chegarem. Alice já fez o almoço cedo.
- Alice?
- A moça, que saiu com eles.
- Ah!
- Vou mostrar o apartamento para vocês. – Os puxei pelas mãos e saí mostrando minha casa.
Depois de uma tour inteira, voltamos para sala.
- Muito lindo aqui. Ainda estamos vendo um ou uma casa. – Sarah disse.
- Estão vendo?
- Vamos morar aqui no Brasil, a empresa vai abrir uma filial.  – Meu pai completou.
- Sério? Que bom!
- Muito, vamos ficar mais perto.
- Onde vai ser?
- Aqui e em São Paulo, não sabemos onde morar ainda.
- Por que não moram aqui? – Corei, depois que percebi minha pergunta.
Ainda estava tímida e empolgada com a notícia, eles sorriram.
- Você quer?
- Hãn...
- Você quer que moramos aqui, minha filha? – Resolvi ceder e acabar de vez com o pouco de orgulho, que ainda restava em mim.
- Eu quero...Pai! – Ele sorriu, com minha última palavra, se aproximou e me abraçou apertado.
Tentei retribuí na mesma intensidade, nunca pensei o quanto era bom um abraço de pai, me permitir chorar mais  uma vez, mas logo sequei as lágrimas.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Capítulo 72


- O que ele é nosso? – Gabriela me perguntava, enquanto os meninos comiam.
Parecia que estavam se dando bem, apesar da diferença de idade.
- Seu sobrinho. – Sorri para ela.
Voltamos para sala, depois de comer e voltamos a nos sentar.
- Estava bom? Agradece, sua irmã. – Sarah disse.
- Obrigada, Dani. – Dei um beijo em cada um.
- Amor, cadê o meu te... – Luan chegou na sala falando, mas logo parou quando viu que tinha gente lá. Estava com uma calça preta, uma blusa branca e com seus cabelos molhados. – È...Oi. – Ele sorriu sem jeito.
- Oi, prazer conhecê-lo. – Sarah sorriu simpática, ao contrário do meu pai, que ainda o encarava sério.
- Prazer é meu. – Ele disse e ficou me olhando sem entender.
- Então...Como já sabem, esse é o meu marido. – Me levantei e fiquei ao lado do Luan.
- Sabemos sim, seu filho se parece com ele até . – Sorri de lado, para ela.
- Eu tenho uma reunião agora e depois tenho que viajar de última hora. – Luan disse.
- Sério?
- Sério. Em três dias estou de volta.
- Seu tênis está do lado da cama. – Falei, o que queria saber, quando entrou ali.
Luan sorriu e acenou para eles, antes de entrar para o quarto.
- Muito simpático o seu marido, Daniela.
- Obrigada.
- Espero que nessa conversa, nós possamos nos entender, eu gostei realmente de você.
- Eu também espero...Sarah. – Não quis prolongar a conversa.
- Temos que ir, filha. – Eles se levantaram. – Quando conversamos?
- Pode ser aqui?
- Pode, dia e hora.
- Amanhã, a babá do Pedro vai passear com ele. Podem trazer as crianças, que elas podem ir com eles.
- Vamos trazer sim. – Ele sorriu.
- Ótimo! Até amanhã então.
- O seu marido, vai está aqui?
- Provavelmente não, por que?
- Por nada. Dêem tchau para a irmã de vocês, crianças. – Me abaixei, beijei e abracei os dois, antes de saírem. Não conseguir dá mais de um aceno para meu pai e sua mulher.
Voltei para dentro e me joguei no sofá, enquanto Pedro voltava a brincar no chão, onde brincava com as crianças.
- Amor, quem são eles? – Luan apareceu uma mochila nas costas, a colocou no outro sofá e se sentou ao meu lado.
- Você não vai acreditar.
- O que foi? Está me assustando.
- Ele é meu pai.
- Seu o que? – Luan se assustou. – Seu pai, amor? Como? Você não disse que ele tinha ido embora?
- E foi, eu não sei direito o que aconteceu. Amanhã conversaremos.
- Queria está aqui, com você.
- Não tem problema, depois eu te falo tudo.
- Mais é claro que sim, depois prometo marcar um jantar com eles. Mas vem cá...Ele é rico?
- É o que parece, disse que tem negócios em Londres.
- Londres? – Ele arregalou os olhos.
- É, eu não entendi direito e isso não me importa.
- Eu sei que não, mas é estranho.
- Muito! Amanhã eu te conto os detalhes.
- É impressão minha, ou eu vi duas crianças brincando com Pedro aqui? – Sorri, apesar de tudo, estava feliz por ter irmãos tão lindos, sempre foi meu sonho e ainda mais aquelas fofuras de crianças, que pareciam ser espertas e educadas, apesar da idade.
- São meus irmãos.
- Sério? Nossa! Meus cunhados, tem... O que? Seis...
- Cinco anos. – O interrompi.
- (risos) Eu gostei.
- Eu também! Sempre quis ter irmãos.
- Você já me disse.
- Minha cabeça está confusa, meu pai apareceu. Tem noção disso? Eu NUNCA tive um pai.
- Eu tenho, amor... – Ele me abraçou de lado e eu apoiei minha cabeça em seu peito.
- Estou tão confusa, ao mesmo tempo em que quero ter uma família, eu não consigo o perdoar.
- Você já tem uma família.
- Você entendeu o que eu quis dizer. O que eu faço? – Luan se afastou de mim e segurou o meu rosto, com suas mãos.
- Faz o que se coração mandar, só o que ele mandar. O que ele diz?
- Pra mim o perdoar, ele e sua mulher, mas...
- Mas?
- Minha cabeça, acha melhor não.
- Orgulho?
- Isso mesmo. – Olhei para baixo e deixei uma lágrima cair. – Não sei o que eu faço. – Sussurrei.
- Eu vou te ajudar, conversa direitinho com eles amanhã.
- Está bem, amor. – Abracei ele novamente, apertado.

Capítulo 71


- Hãn? – Eu tinha entendido errado, ou aquele homem disse que era meu pai?
- E-Eu... Me Desculpa por tudo, mas essa é a verdade.
- Desculpa, mas eu acho que entendi errado. O senhor disse que é meu pai? – Minha cara de espanto era visível.
- Falei. Eu sou seu pai, sim. – Fiquei o encarando e não sabia o que dizer, nunca tinha o visto na minha frente. Comecei a reparar nele e vi que realmente, eu me parecia um pouco com ele.
- A gente pode conversar? – Não sabia o que dizer e nem como agir.
Olhei para os lados pensando e só então, voltei a me dar conta da mulher e nas crianças ali.
Respirei fundo e dei espaço para que entrassem.
Os guiei até a sala e nos sentamos no sofá, Pedro olhava atento para as crianças.
- O senhor poderia me explicar essa história direito? Eu não estou entendo. – Falei calma, ou tentando manter.
- Explico. – Ele deu uma pausa e me encarou, depois pareceu voltar à realidade. – Eu...Sou seu pai, meu nome é Daniel e creio que nem isso sua mãe deve ter te falado.
- Não.
- Ela sempre teve um rancor por mim, mas eu entendo e mereço até. Abandonei vocês...
- Isso é verdade?
- Eu juro! Nunca mentiria com uma coisa dessas, eu passei anos te procurando e só agora te achei. Vi as fotos do seu casamento com o cantor, estava em Londres e vim para cá o mais rápido que pude.
- Mas eu me casei a mais de um ano.
- Eu tenho negócios por lá e só pude os deixar agora. – Minha cabeça latejou e eu apoiei minhas mãos nela, as lágrimas começaram a descer.
- Por que fez isso? – Perguntei baixinho e levantei a cabeça, o encarando. – Por que o senhor fez isso conosco? Minha mãe morreu mais de desgosto.
- Me desculpa, eu não queria...
- Não parece, eu não devia te perdoar nunca.
- Não diz isso nem de brincadeira, minha filha.
- Ainda não tem o direito de me chamar de filha e nem sei se um dia vai ter.
- Eu fui tentar a vida, e consegui.
- Tentar a vida? Com uma mulher? – Ri irônica.
- Que mu-mulher? Quem te falou isso?
- (risos) Eu sei, que o senhor traia a minha mãe e foi embora com a amante. Ouvi ela conversando com uma amiga, mas nunca a disse.
- Eu me apaixonei. Me desculpa, Daniela. – O silêncio reinou ali.
Olhei para as crianças e a mulher respirando fundo.
- Quem são? – Fechei os olhos e esperei a resposta.
- E-Essa é Sarah, minha esposa e esses são meus filhos, seus irmãos. – Abri os olhos e encarei as crianças envergonhadas, abraçavam a perna da mãe.
- São gêmeos? – Sorri pela primeira vez.
- São sim. – Ele também sorriu.
- Tem quantos anos?
- Cinco.
Me aproximei deles e os chamei para um abraço, ao contrário do que eu imaginava, foram correndo ao meu encontro.
- Qual é o nome de vocês? – Me separei deles.
- Ricardo, Gabriela. – A mulher disse e eu a olhei. – Você é mais bonita pessoalmente. – Ela sorriu simpática.
Não retribuí e voltei à atenção para as crianças, ela não estava merecendo meu sorriso e minha simpatia, tinha certeza que era a tal amante do meu pai.
- Você é nossa irmã? – O Ricardo, que parecia mais solto que a Gabriela, me perguntou com seu dedinho na boca.
- Bom...Eu acho que sim. – Ri sem graça.
- Você é muito linda! – Sorri e beijei seu rostinho, que ficou marcado de batom.
- Você me perdoa? – Meu pai disse.
- Não quero falar isso na frente das crianças. Depois conversamos. – Ainda não o olhava.
- Tudo bem, você quem sabe.
- Podemos marcar em algum lugar, ou aqui mesmo. Eles não merecem ouvir, não tem culpa de nada.
- Eu te entendo, minha filha.
- Quem é? – Foi à vez da menininha falar e apontar seu dedinho para o meu filho, sua voz era fininha e boa de se ouvir. Me lembrei de fotos que ainda tinha, quando era pequena e me vi nela, era bem parecida comigo.
- Meu filho, Pedro. – O puxei e coloquei entre minhas pernas, também estava envergonhado.
- Seu filho? – Olhei para Daniel, que encarava Pedro surpreso.
- É, o senhor não sabe?
- Não, eu parei de ver notícias suas há um ano. Queria vir logo para cá e se visse, a ansiedade só aumentaria.
- Entendi. Ele tem um ano mesmo.
- Muito lindo, se parece um pouco com você.
- Só um pouco. – Sorri olhando para o meu filho. – Vo-Vocês querem comer algo? – Não sabia o que falar.
- Eu quero! – As crianças falaram animadas, me fazendo ri.
- Que feio! – A mãe os repreendeu.
- Não. Vocês gostam de biscoito?
- Eu amo. – Gabriela disse.
- Fala para eles de que sabor tem cocoito, Pedro.
- Chocolate. – Ele disse baixinho, mas alto o bastante para entendermos, rimos.
- Vamos lá comer? – Perguntei me levantando, estiquei a mão para eles, que correram para pegar. Pedro foi na frente para a cozinha.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Capítulo 70


- Parem de beber. – Eu falava, em vão.
- Amor, eu estou trabalhando direto há um mês. – Meu marido se defendia.
- Está bem, mas depois não reclama que está passando mal. – Ele sorriu assentindo e juntou nossos lábios rápido.
- Vou fazer umas fotos semana que vem, cunhada. Não quer fazer também? – Bruna dizia.
- Fotos?
- É, sempre eu faço. Vamos?
- A onde vai ser?
- Em Londrina, volta no mesmo dia.
- Acho que eu vou, mas não sei pra que. – Ri.
- (risos) Para nós, ué. Eu também só faço para mim.
- E pra mim, amor. – Ri do Lucas, Luan revirou os olhos do meu lado.
- Então eu vou! Vamos, amor? – Me virei para ele.
- Vamos sim, a gente volta a tarde mesmo e depois só tenho mais um dia de folga.
- Só um?
- Só. – Fiz careta.
Nos levantamos e fomos para os devidos quartos. Luan foi tomar seu banho e contra a minha vontade, me puxou junto com ele.
Depois de um banho cheio de malícias, nos deitamos na cama.
- Chega... – Falei entre o beijo quente, que ele me dava.
- Chega o que, amor?
- Já tomamos o nosso banho, vamos dormir agora.
- Que dormir, o que “muié”? – Ri e ele se deitou em cima de mim, continuou seu beijo intenso e nos virou na cama, me fazendo ficar por cima dele. Tivemos uma noite de saudades e amor.
Resolvemos ir junto com eles para Londrina mesmo, fomos para o aeroporto no outro dia, na hora do almoço.
Almoçamos em um restaurante, quando chegamos e depois fomos fazer as fotos. Pedro ficou com o Luan em casa.
Ficaram ótimas e eu adorei fazer, as pessoas eram bem simpáticas e pareciam conhecer muito bem a Bruna, saí de lá, prometendo que ainda tiraria mais.
- Adorei você, Daniela. Volte mais com a Bruna. – Diziam eles.
- Eu que amei vocês, eu vou voltar.
- Vamos fazer uma seção com você e com o Pedro.
- Pode deixar, vou ver até com o Luan.
- (risos) Faz isso!
Fizemos um lanche, assim que chegamos em casa e já fomos para o aeroporto.
Luan deitou e dormiu, assim que chegamos, estava bem cansado. Pedro aproveitou o embalo e também dormiu ao seu lado.
Fiz uma pipoca e me sentei na sala, estava passando um filme bom na tv.
- Mamãe? – Minha pessoa pequena, apareceu depois de quase duas horas de filme, com o rostinho inchado de dormir e sua chupeta.
- Oi, meu amor. Dormiu muito. – Ri e o peguei no colo.
Pedro encostou sua cabeça em mim, e assistimos o final daquele filme.
Dei um banho no Pedro e resolvi ir comprar algumas coisas, em uma padaria que tinha ali perto. Confesso que comprei bastante besteiras, passeei um pouco pelo parquinho com ele e depois voltamos para casa.
Arrumei a mesa da cozinha, para quando Luan acordasse.
- Cocoito, mama... – Pedro, apontava para um biscoito de chocolate. Ri e o entreguei um, que estava no pote.
- Seu gordinho, da mãe. – O peguei no colo rápido e ele gritou. – (risos) Vai acordar seu pai e ele fica de mau humor, quando isso acontece.
Voltamos para a sala e nos sentamos.
O interfone tocou e eu corri, para atender.
- Dona Daniela? Tem um moço aqui, querendo falar com a senhora. – Dizia seu Oscar.
- Um moço?
- É, disse que é urgente e pessoal.
- Qual o nome?
- Não quer dizer, posso mandar subir? – Pensei um pouco.
- Pode sim.
- Qualquer coisa, a senhora chama.
- Pode deixar, seu Oscar. O Luan está aqui.
- Ah! Então ta, pensei que ainda não tinha chegado. – Me despedi dele e voltei a me sentar, curiosa. Não demorou muito para a campainha tocar.
Me levantei, com Pedro ainda em meu colo e abri a porta devagar. Um homem muito bem vestido por sinal, que eu nunca tinha visto na vida, com uma mulher aparentemente mais jovem e uma menina e um menino, que pareciam ter uns cinco anos, estavam na minha porta.
- Posso ajudá-los? – Fiz cara de interrogação.
- Daniela? – Ele disse, depois de algum tempo.
- Sim.
- Você não está me conhecendo, não é mesmo?
- Desculpa...Eu deveria?
- A-Acho que sim...Daniel. Sou seu pai, Daniela.