- Lógico que não, eu não sou disso. A gente ficou, depois que ele largou a menina.
-
Ah...Menos mal. – Começamos a comer e o clima continuava tenso.
A
salvação foram às crianças, que falavam e perguntavam as coisas para Luan, que
respondia sorrindo.
-
O que você é meu mesmo? – Gabriela comia e nós ríamos.
-
Sou seu cunhado.
-
Ah!
-
Mãe, eu quero ir em um show do Luan. – Ricardo pedia.
-
Um dia vamos todos.
-
Tenho show aqui hoje, se quiserem... – Luan disse.
-
Ah, hoje não vai dar.
-
Por favor, mãe, deixa eu ir no show do meu cunhado. – Ri com aquilo.
-
Deixa, Sarah. Vão comigo e com o Pedro. – Pedi.
-
Não vai dar trabalho? Já dormiram na sua casa.
-
Não vão, deixa?
-
Tudo bem. – Eles bateram palmas animados.
-
Tudo bem? Claro que não está tudo bem, não vai dar. – Meu pai acabou com a
alegria deles, que ficaram emburrados.
-
Por que não? – Perguntei.
-
São muito pequenos, para irem nesse tipo de ...
-
Tipo de? É um show, que aliás, vai dezenas de crianças com os pais. Vamos assistir
do palco, não tem problema algum. – Falei impaciente e ouvir ele suspirar.
-
Tudo bem, Daniela. Só porque querem muito e vão estar com você. – Não entendi
aquilo e o olhei erguendo uma sobrancelha. Sarah percebeu o “clima” e mudou o
assunto, piscando disfarçadamente pra mim.
Fomos
embora depois do almoço e combinei, para levarem as crianças até minha casa, no
começo da noite.
-
O que seu pai, tem contra mim? – Luan disse, assim que entramos em casa.
-
Eu também queria saber, que saco! Estava tudo bom demais para ser verdade.
-
Eu só não entendi, eu nunca fiz nada pra ele, cara. Na verdade, eu nem tinha
nunca conversado com ele.
-
Eu vou resolver isso.
-
Não vai brigar.
-
Não vou, só vou perguntar. – Fomos para o quarto e nos deitamos na cama.
No
final da tarde, preparei um lanche para nós e depois fui dar um banho em Pedro,
enquanto Luan tomava o seu no banheiro do quarto.
O
arrumei e voltamos para o meu quarto, por um milagre, Luan já estava pronto e
arrumando seu cabelo no espelho.
-
Já ?
-
(risos) Sou rápido, amor.
-
Sei. – Fui em direção ao banheiro, Luan me parou no meio do caminho e me
beijou. – Nossa!- Ele saiu rindo.
Tomei
um banho rápido e arrumei meus cabelos no banheiro mesmo, fiz uma maquiagem básica,
me troquei e como de costume fui até o espelho tirar uma foto.
Fui
para a cozinha, onde estava Luan e Pedro, comendo.
-
Vai se sujar todo, Pedro. Luan! – Fui até ele e o limpei, com sua toalhinha,
que estava em cima da mesa.
-
O que foi? – Luan perguntou de boca cheia.
-
O que foi? – Imitei ele, que riu. – Olha só o Pedro, todo sujo de chocolate e
você não faz nada, ele já tomou banho.
-
Ué, amor, o que eu podia fazer? Ele só sujou a cara também. – Ele deu de ombros
e riu de leve no final.
-
Mas você, em! – Molhei minha mão e passei na boca do Pedro, que resmungou.
Tentei tirar o biscoito de sua mão, mas não teve jeito, ameaçava a chorar. –
Esse é o último, come isso de uma vez. – Limpei minha mão.
-
Ta gatinha, amor. – Luan me abraçou por trás, me assustando e beijando o meu
pescoço.
-
Eu sou.
-
Nossa! Que convencida.
-
Convivência, com um certo alguém. – Me virei para ele e agarrei seu pescoço,
com minhas mãos.
-
(risos) É? – Não respondi e o beijei, paramos com Pedro tossindo, rimos e fomos
até ele.
Tinha engasgado com seu biscoito.
Tinha engasgado com seu biscoito.