Capítulo 66

- Oi?

- Oi? – O imitei. – O que foi isso, Luan?

- Isso o que, Daniela?

- Não se faça de cínico! Essa sua intimidade com essa mulher, que eu disse que não gostei.

- Não tem nenhuma intimidade, ela é uma amiga, estudou comigo.

- Sério? – Sorri irônica.

- Ah, Daniela! Para de cisma com as pessoas.

- Não é com as pessoas, é com ela.

- Para com isso, ela é ótima.

- É ótima?

- Para com isso.

- Fica longe dela, eu não gostei...

- Meu amor... – Ele se aproximou. – Ela é SÓ uma amiga, entendeu? Está aqui me visitando e eu tenho que dar atenção a ela.

- Ela quer que você dá outra coisa.

- (risos) Dani, da minha vida. Mesmo se quisesse, eu não quero. Para com isso. – Ele beijou meu rosto. – Em?

- Amor, é sério. – Fiz voz manhosa e um bico no final.

- É sério mesmo, Daniela.

- Luan, por mim? Pelo seu filho? Não fica muito perto. – Me afastei e bati o pé impaciente. Luan olhou para cima e bufou.

- PARA! Para com isso, eu já falei.

- Fala baixo, eu também já disse.

- Eu não vou me afastar de ninguém, você é paranóica.

- Então ta, depois que eu agarro nos cabelos dela...

- Olha aqui, Daniela. Pelo amor de Deus, você não vai arruma confusão aqui.

- Se ela não me provocar, porque vive de sorrisinho cínico para o meu lado.

- Você não vai fazer nada e eu estou falando sério. Se não eu te largo sozinha aqui e nem no mesmo quarto que você, eu durmo. – Fiquei com raiva, quando ouvi essas palavras.

- É? Faz isso mesmo, briga comigo por causa dela, larga eu e o seu filho mesmo.

- Para de drama, eu vou te dar um gelo.

- Vai me dar gelo, é? Pode dar, Luan.

- Você tem que aprender a se controlar.

- E você a me respeitar. – Passei esbarrando nele e saí do quarto.

Voltei para junto das meninas, com um sorriso no rosto, não queria dar aquele gostinho para Vanessa. Fui até a cozinha pegar um refrigerante e ela comia algo lá.

- Onde está o Lu? – Eu não respondi e continuei o que fazia. – Nossa, estou falando com você.

- Estou ouvindo.

- Então me responde.

- Não quero. E ah! Eu ainda não te dei liberdade de chamar meu marido desse jeito. – Me estressei.

- Não? Mas ele deu. – Ela riu.- Vai fazer o que? Arrumar briga comigo? Pois fique sabendo que o Luan odeia essas coisas.

- Sério? Eu sei o que meu marido gosta ou não.

- Não parece.

- Você devia se dar o respeito, coitado do seu namorado.

- Noivo. – Ela me corrigiu.

- Pior ainda, coitado! Que ele abra os olhos.

- Se mete na sua vida.

- E você na sua, larga do pé dos homens comprometidos. – Estava falando baixo, mas parei quando vi que Luan descia as escadas, só agora.

Saí e o vi falando alguma coisa com ela, mas logo saiu também.

Contei para Bruna o que estava acontecendo e ela me aconselhou a deixar para lá, ignorar, mas estava difícil.

- Já vai dormir? – Luan entrou no quarto à noite.

Eu assistia televisão e já iria dormir, estava muito irritada com tudo.

- Vou. – Não o olhei.

- Para de graça, Daniela. Vamos ir pra lá, vem comer um doce que minha mãe fez.

- Eu não quero.

- Ta parecendo criança.

- Me deixa! Quer voltar? Volta.

- Grossa.

- Sou mesmo, você não brigou comigo por causa da vaca? Vai lá ficar com ela.

- Olha... – Ele suspirou. – Não vou falar nada, vou descer mesmo, que é melhor.

- Eu também acho.

- Você é paranóica demais...Não canso de dizer.

- Sou mesmo, agora me deixa. – Luan saiu do quarto e bateu a porta com força.