Capítulo 50

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Depois do nosso casamento, que foi simplesmente perfeito, muito mais que sonhei. Nos despedimos de todos e já fomos para o aeroporto, queria deixar para o outro dia, já que Luan estava um pouco tonto e já era tarde, mas ele mesmo não quis esperar.

Olhei o destino da viagem nas passagens e ele nem percebeu, fiquei quieta também. Logo que nos sentamos, não demorou muito para que ele dormisse, em meu ombro.

- Já é dia? Nossa! Parece que acabei de dormir. – Luan falava, se espreguiçando. Eu lia um livro, ainda não tinha conseguido dormir.

- (risos) Pois dormiu, amor e muito. – A aeromoça anunciou, que já estávamos quase chegando em Lisboa.

- Ah, não acredito. Estragou minha surpresa! – Luan se revoltou do meu lado.

- Eu já sabia, amor. – Disse rindo.

- Como já sabia? – Ele arregalou os olhos.

- Vi nas passagens.

- Cara, como eu deixei você ver?

- Estava meio tonto, que nem percebeu. – Ele fez bico e eu apertei suas bochechas. - Relaxa, meu amor. Você me escondeu isso por semanas.

- Pelo menos isso. – Ri.

Fomos para um hotel lindo, assim que chegamos. Era a maior e a melhor suíte, o hotel era no centro e tinha uma vista linda.

- Gostou mesmo? – Ele me abraçava por trás.

- Mas é claro, meu amor. Ainda duvida? Eu amei tudo e com você, fica mais perfeito ainda. – Me virei e o abracei, pelo pescoço.

- Que ótimo, estava em dúvidas você já viajou para tanto lugar. Aí me lembrei que nunca veio pra cá e tinha vontade.

- É verdade, boa sua memória.

- Já foi para lugares tão longe e por que nunca veio aqui?

- Estava marcado para nos apresentarmos aqui, mas foi cancelado e fomos para a Espanha.

- Nossa! Eu vim aqui, no ano passado.

- Eu vi suas fotos e vi também que arrasou !

- (risos) Amei esse lugar, as fãs também são incríveis.

- Eu imagino, vamos ter trabalho em sair na rua?

- Creio, que não...Muito. – Rimos e ele me abraçou mais forte, me beijando em seguida.

Passeamos por lá a tarde inteira, fazia um pouco de frio, mas nada que casacos grossos não resolvessem. Nos amamos muito no hotel também, como Luan dizia, era “lua de mel” e por ele, nós nem sairíamos daquele quarto. Andamos muito por lá, não usamos táxi nem uma vez, era tudo na base da informação mesmo.

Os cinco dias que passamos ali, foram os melhores de toda a minha vida, estava vivendo um sonho e confesso que às vezes tinha medo, de que ele acabasse de uma hora para outra. Bruna e Laura, me ligavam direto, me pedindo para não esquecer delas, ou seja, presentes. Ligaram uma vez, quando as coisas entre eu e Luan estavam começando a esquentar. Atendi do mesmo jeito, podia ser alguma coisa séria, quando Luan viu que era por coisa boba, pegou o celular da minha mão e pediu, para que não ligassem mais. Gargalhei do seu lado e já estava imaginando a carinha das coitadas, do outro lado. Brigou comigo também e pediu para que eu parasse de ri, se não, “cortaria” o clima.

No outro dia foi à mesma coisa, fomos para rua e andamos quase o dia todo, só que dessa vez comprei vários presentes, enquanto Luan reclamava por ter que esperar eu escolher as coisas, do meu lado. Paramos algumas vezes, com algumas meninas pedindo para tirar fotos com a gente, conversamos um pouco com elas e até almoçamos juntos, em um restaurante que falaram que era o melhor dali. Algumas choravam, o que fazia eu me emocionar junto. Mas tivemos que nos despedir daquilo tudo e voltar para casa, mas mesmo assim ainda seria um conto de fadas, estava casada com o homem que amava e a ficha ainda estava caindo. Não via a hora de experimentar, meu novo dia-a-dia, minha nova vida ao lado dele.

{...}

Depois de um mês de casados, as coisas estavam indo muito bem, Luan apesar de trabalhar bastante se esforçava o máximo para ir me ver e não deixava de me ligar um dia. Estávamos morando no meu apartamento, agora nosso, como o previsto, seus pais no começo ficaram um pouco espantados e diria que até tristes, mas tudo foi só uma questão de tempo e costume. As notícias e fotos do nossos casamento, já tinha rodado pelo país inteiro, e repercutido bastante, todos falavam da decoração e da igreja, que diziam ter gostado muito. Principalmente a notícia que eu tinha convidado as fãs que estavam para o lado de fora, para a festa, eles me denominavam como humilde e as fãs também, estavam bastante contentes. Mas confesso que me sentia até um pouco mal, não fiz aquilo para me elogiarem ou com segundas intenções, foi só de coração mesmo, mas passei não pensar mais nisso.

- Luan, onde você está? – Eu perguntava impaciente a ele, no telefone. Já era de madrugada e há horas atrás, Luan tinha me ligado e falado que já estava chegando. Estava há quase duas semanas fora.

- Oi, amor. Já estou indo.

- A onde, você está? – Repeti a pergunta.

- Em um restaurante, com uns amigos.

- Como você não me fala? Estava preocupada, você me ligou há quase três horas, dizendo já está no aeroporto.

- Me desculpa, amor. Teve uns imprevistos. – Antes que eu falasse algo, escutei umas vozes de mulheres, que pareciam sair de trás dele.

- O que é isso?

- O-o que?

- Essas vozes, eu estou ouvindo e não sou surda.

- Eu sei disso, são os meninos.

- Os meninos, falam fino agora?

- Estamos em um bar, Daniela. O que você quer?

- Não era um restaurante?

- Tanto faz, é tudo a mesma coisa.

- Você que disse e não é a mesma coisa. – Ouvir ele bufar do outro lado.

- É sim, tudo a mesma coisa. É tranqüilo aqui e por isso resolvemos vir para cá, o único lugar que encontramos assim.

- Podia ter me avisado.

- Me desculpa, Daniela. Já estou indo.

- Não demora...Por favor.

- Tudo bem. – Ele desligou e eu me sentei no sofá.

Não estava acreditando naquilo em um mês de casados, aquilo era para acontecer com anos de casados...ou não. Resolvi esperá-lo ali mesmo, sentada no sofá da sala, aquelas vozes de mulheres piriguetes ao fundo da ligação, não saiam da minha cabeça. Ele não poderia estar me traindo com um mês de casamento, por que se casou então?

Resolvi tirar os pensamentos maldosos da cabeça, meu coração dizia que ele não estava fazendo aquilo comigo e eu resolvi que acreditaria só nele, Luan não se casaria comigo à toa, nem namorar ele namoraria a toa, se não estivesse amando a pessoa de verdade.

Depois de quase uma hora, eu ouvi a porta se abrindo, ele parecia não querer fazer barulho. Mas assim que já estava indo para o quarto, andando cautelosamente, acendi a luz da sala.