Capítulo 61

Luan dormiria ali comigo, dei um espaço da cama para ele, que se deitou ao meu lado e puxou minha cabeça para o seu peito.

- Lu... – Sussurrei.

- Oi, meu amor.

- Estava pensando...Quero dar o Pedro, para a Laura e o Rober batizarem. O que você acha?

- Acho ótimo, minha vida. Ela é sua melhor amiga e ele é o meu, perfeito!

- Eu gosto muito deles. – Sorri.

- Eu também.

- Nunca vou esquecer, o que a minha amiga está fazendo por mim. Uma irmã mesmo...

- Eu também não, amor. Eles são amigos de verdade, que sempre estão ali pra tudo.

Ficamos em silêncio por um tempo e adormecemos ali, abraçadinhos e espremidos naquela cama de hospital.

Quando acordei no outro dia, ele já não estava mais ali comigo, mas logo entrou rindo de algo com a sua irmã e com algo na mão, sua gargalhada ecoava pelo quarto, sorri ouvindo aquele som maravilhoso.

- Já acordou, amor? – Ele se aproximou e selou meus lábios. – Fui comprar algo para comer.

- Que bom, gosto de te ver comendo direitinho. – Ele riu e se sentou na poltrona, do lado da cama.

- Eu que insisti, cunhada.

- (risos) Obrigada, Bruna. Tem que colocar o menino na linha. – Ele revirou os olhos.

- Por que gostam tanto de me ver comendo?

- Pra ficar fortinho, amor. Gosto de você fortinho. – Ri com Bruna.

Conversamos por mais algum tempo e logo a enfermeira chegou com o meu pequeno em seus braços.

- Olha quem está com fome, mamãe.

- Trás meu amor aqui. – Peguei ele e peguei sua chuquinha, que rapidamente foi abocanhada, estava com fome mesmo. – Quando ele vai ter alta?

- Olha mamãe, ele eu não sei, mas você...Acho que amanhã mesmo, já está liberada. Não está sentindo nada, está?

- Não. Ele não vai poder ir comigo?

- Não, ainda está pequeno e um pouco fraco.

- Mas você não tem idéia mesmo? Me fala por favor... – Perguntei impaciente.

- Tudo bem, se eu não me engano, daqui a dois meses.

- O que? Dois meses? – Quase gritei, Luan foi para o meu lado e passou a mão em meu braço, para me acalmar.

- É o certo.

- Mas eu não quero deixar meu pequeno aqui.

- Fica calma, amor. Vamos poder vir aqui todos os dias, não é? – Luan a perguntou.

- Isso mesmo, papai. Todos os dias, vocês vão vir aqui e a mamãe vai alimentar ele.

- Eu não quero deixá-lo. – As lágrimas já invadiam o meu rosto.

- Passa rápido, eu prometo. Agora fica calma, tudo que a mãe sente passa pro bebê, sabia? – Neguei com a cabeça, prestando a atenção no que ela me dizia. – Então, ele também vai ficar nervoso e isso não é bom, se acalme minha flor. Vai dar tudo certo, você não quer o seu filho fraquinho em casa, não é? – Neguei novamente com a cabeça e suspirei alto.

Ela estava certo, passei o dedo pelo rostinho do meu filho, que mamava concentrado e depois olhei para ela, que sorria. Retribuí, estava sendo um amor comigo desde o começo e agora me explicando as coisas, como quem explicava coisas simples para crianças.

- Está bem, mas eu venho todos os dias, vão cansar de me ver aqui. – Ela riu e assentiu com a cabeça.

Levou Pedro de novo e Luan tentou mais uma vez, me distrair. Ele estava fazendo muito bem o seu papel, desde o dia do parto, um príncipe. Tentava me fazer sorri, para não chorar ou pensar besteiras.

Tive alta no outro dia, como a enfermeira havia dito. Me despedi do meu filho, ainda deixando algumas lágrimas caírem e passamos pelos fundos do hospital, já que estava cheio de repórteres e fotógrafos a entrada principal.

Comi uma comida descente, que Alice havia preparado e dormir a tarde inteira com Luan, seus pais e sua irmã estavam passeando pelo meu condomínio, que era enorme e tinha de tudo, ficaram encantados com tudo, mesmo o deles não ficando atrás em nada.

À noite, pedimos uma pizza, comi bem pouco, não queria comer besteiras. Bebemos um suco e conversamos um pouco, antes de dormir. Iriam ir embora no outro dia mesmo, voltariam no ano novo e prometeram voltar, quando Pedro tivesse alta do hospital.

- Ah, amor! – Luan se levantou da cama eufórico, parecia se lembrar de algo.

- O que foi? – Ele estava dentro do meu closet.

- Seu presente de Natal. – Sorriu e me entregou uma caixinha.

- Amor, que lindinho!