Capítulo 47

- Que lindo, aqui! – Falei da sacada do quarto do hotel.

Já estávamos em Pernambuco-Recife, faltando dois dias para o casamento e sim, resolvemos nos casar lá. Todos estranharam, mas eu sempre amei aquele lugar e mais ainda quando vi a foto de uma igreja, linda, que ficava lá, Luan aceitou de primeiro. Também me lembrava levemente de minha mãe, me falando que meu pai e ela tinham parentes por lá, mas naquele momento só estava focando mesmo no meu casamento.

- Então, amor ... Quando acabar a festa a gente viaja, o que acha? – Luan falava.

- Pensei que passaríamos aqui mesmo.

- Não, outra vez podemos passar alguns dias aqui.

- Ainda vamos voltar?

- Claro, com nossos filhos ainda. – Ri.

Tomamos um banho e descemos para almoçar no restaurante do hotel, os pais de Luan e algumas pessoas da família dele, já estavam ali. Almoçamos entre risadas e piadas, que seu tio fazia. Na hora de subir novamente para o quarto, vimos alguns fãs na porta do hotel, que era de vidro. Acenei para elas e puxei Luan pelo braço, conversava com uma prima, apontei para a porta e ele sorriu, indo em direção. O acompanhei e ficamos conversando um pouco com as meninas, que se comportaram muito bem, seu segurança só chegaria no outro dia.

- Felicidades, casal! – Uma delas gritou.

- Obrigada gente. – Eu agradecia.

- Amanhã estamos lá na porta da igreja, para parabenizar vocês.

- Ah, vão sim.

- Amores, temos que ir, viu?!Beijos. – Luan abraçava elas mais uma vez.

Subimos para o quarto e dormimos, o nervosismo estava batendo e o Luan me deixava mais nervosa ainda, falando das coisas e já pensando na hora.

Acordamos, já era noite, pedi doce depois do jantar e me sentei na cama.

- O vestido não vai te entrar desse jeito. – Luan disse rindo, revirei os olhos.

- Claro que vai, também não vou engordar assim.

- Não engorda de ruim. – Mostrei a língua e ele riu.

Chamamos alguns de seus primos e vimos um filme, quase a madrugada toda, em nosso quarto.

Quando acordei no outro dia, meu noivo estava com uma bandeja de café da manhã nas mãos, meu estômago roncou quando vi. Dei um beijo nele e comemos ali mesmo.

Passamos o dia conversando e procurando não tocar no assunto “casamento” se não o nervosismo não nos deixaria em paz, ria das coisas bestas e sem cabimento que Luan falava.

- Não vai contar mesmo? – Perguntei pela décima vez e ele negou com a cabeça, pela décima vez. Revirei os olhos. – Amor...

- Daniela, é surpresa!

- Mas eu quero saber, para onde vamos na lua de mel. – Fiz bico. – Me da uma dica, então.

- Está bem...Você nunca foi lá. – Disse rindo.

- Que engraçado, bela dica. – Mostrei a língua para ele.

- Claro que é, você já viajou pra tudo quanto é canto. – Fiz careta para ele, que me virou na cama e começou uma guerra de cócegas.

No outro dia, quando eu acordei Luan já não estava do meu lado. Fui para o banheiro e sorri, me olhando no espelho, tinha chegado o grande dia, o dia mais esperado de toda a minha vida. Tomei um banho rápido e coloquei uma roupa fresca, estava muito calor naquele dia.

- Dani, já está pronta? – Laura e Bruna, entraram no quarto. Penteava os cabelos.

- Estou. Mas para onde, nós vamos?

- Um salão ótimo, que arrumamos aqui.

- (risos) Vocês arrumaram salão, até aqui?

- É lógico, ou você acha que iria para seu casamento de qualquer jeito? – Laura disse com cara de óbvio.

O telefone do quarto tocou e Bruna atendeu, aproveitou para pedir um lanche para nós.

- Tem alguém aí, querendo falar com você. – Ela disse, tampando o telefone com a mão.

- Comigo? – Me assustei.

- É, uma mulher.

- Que estranho, manda ela subir né.

- Meu Deus, quem será? – Laura me olhou.

- Vamos saber já. – Vi Bruna colocar o telefone no lugar.

Nos sentamos na cama e ficamos esperando, logo a campainha tocou, nos olhamos e eu levantei.

- (risos) A gente é louca. – Fui para porta e escutei a risada delas também. – Posso ajudá-la? – Perguntei, quando abri a porta. Uma mulher de olhos verdes, morena, que aparentava ter uns quarenta anos, me olhava.

- É...Você é a Daniela Ramos? – Estranhei, ela parecia sem jeito.

- Sou.

- Não deve se lembrar de mim, sou sua tia.

- Tia?