Capítulo 57

- Me desculpa se...Exagerei com a bronca, mas eu me preocupo realmente com você e o nosso filho. – Ele passava as mãos pelos cabelos, sem graça. Eu não tinha dúvidas daquilo.

- Eu sei que sim.

- Me perdoa?

- Como não te perdoar? Eu amo você, mais que a mim mesma. – As lágrimas insistiam em voltar a cair, pelo meu rosto.

- Não chora, você não pode se alterar. Está com a pressão alta.

- Eu não devia ter saído.

- Eu não devia ter te falado aquelas coisas horríveis, está grávida e não merece ouvir aquilo.

- Eu mereci. – Limpei as lágrimas.

- Não mereceu nada, eu que sou um idiota. – Ele segurou minha cabeça e a colocou encostada em sua barriga, beijou meu cabelo. – Eu te amo demais, por isso me preocupo tanto. – Senti a sinceridade em suas palavras, relaxei minha cabeça ali e fechei os olhos, sentindo os seus carinhos em meus cabelo.

- Eu tive um sonho horrível. – Ainda estava com os olhos fechados. – Sonhei, que perdi o nosso bebê.

- Shiu, não fala isso. Ele vai nascer e nós vamos criá-los juntos, com muito amor.

- Se eu não resistir...

- Já falei para não falar isso, eu não vou deixar sair essas palavras da sua boca.

- Você quer o que? – Mudei o assunto. – Menina, ou menino?

- Tanto faz, eu quero que venha com saúde.

- Eu também, mas dizem que todo pai sonha com um menino.

- É...Pode ser. – Ele riu e eu também.

Me afastei um pouco e dei um espaço para que se sentasse ao meu lado, liguei a tv e ficamos assistindo qualquer bobeira, às vezes ele me beijava. Estava visível que estava arrependido e se sentindo muito culpado por aquilo tudo, estava tentando me agradar. Ri uma hora e o abracei apertado, sussurrando em seu ouvido que já estava tudo bem e a culpa daquilo não era dele. Dormir em seus braços, apesar de cedo, eu andava com bastante sono por conta da gravidez, antes de adormecer, pedi para que ele cantasse ao meu ouvido. Ouvi sua voz suave e baixinha e logo peguei no sono, com um sorriso que se formava em meus lábios.

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Com sete meses de gestação confesso que não andava me sentindo muito bem, dores mais que o normal e às vezes nem da cama eu podia me levantar. O médico dizia que estava fazendo tudo certo, Luan tinha diminuído um pouco seus shows e o parto estava marcado para o final do mês de fevereiro, no outro ano, ainda não sabia se seria normal ou casaria, também não sabíamos o sexo, a pedido meu, queria que só soubesse quando nascesse. Luan concordou em esperar também, disse que aquela sensação de curiosidade era boa.

- Amor? – Escutei a voz do meu marido e logo um sorriso apareceu em meus lábios.

- Estou aqui, amor. – Falei alto para que escutasse.

- Está bem? – Ele colocou sua mochila na poltrona e se sentou ao meu lado, selou nossos lábios.

- Estou indo, muitas dores só.

- Olha lá, qualquer coisa vamos para o médico.

- Não precisa, meu anjo. Ele disse que é normal, não se lembra?

- Eu lembro, mas...

- Mas nada, eu estou bem. Deita aqui comigo? – Perguntei manhosa e ele sorriu, enquanto tirava seu tênis e se aconchegava ao meu lado.

- A Laura está te fazendo um pouco de companhia?

- Está sim, amor. Apesar de estar preparando as coisas para sua formatura, que eu queria tanto ir. – Fiz bico, enquanto acariciava seus cabelos.

- Não pode, amor.

- Eu sei, eu não vou.

- Ah! Estou de férias.

- Sério? Que ótimo, eu sinto tanta saudades.

- Vou ver se só volto depois do bebê nascer.

- Faz isso. – Sorri e ele me beijou de leve.

- Estou ansioso para saber o sexo.

- Eu também, mas vamos esperar.

- Claro que vamos, já chegamos até aqui. – Ele sorriu, alisando a minha barriga.

Ficamos daquele jeito por um longo tempo e depois Luan se levantou, para pegar algo para comermos, por ele eu não me levantava da cama nem para tomar banho.

À noite, assistimos um filme e comemos pipoca, por insistência minha, estava fazendo eu seguir a dieta na linha, estava com uma nutricionista me acompanhando.

No outro dia, quando acordei, Luan ainda dormia profundo ao meu lado. Liguei a tv baixinho e peguei meu celular para olhar às horas.