Laura seguiu com o médico, que me indicou a porta do quarto que Daniela estava, ela disse que depois que conversasse com ele, passaria lá.
- Se acalma, minha filha. – Uma enfermeira já de idade,
dizia para Daniela, assim que entrei no quarto. Ela chorava sem parar.
- Daniela? – Me aproximei delas.
- Pronto, seu marido já chegou. Acalme ela. – Ela passou por
mim e eu assenti, ela sorriu retribuindo, parecia simpática.
- O que foi, meu amor?
- Lu... – Ela chorava.
- Me fala com calma, o que foi.
- E-eu...Não vou mais poder ter filhos. – Soluçava e aquilo
fez meu coloração despedaçar.
- Amor, eu sei. Mas...Pensa pelo lado bom?
- Não tem lado bom.
- Tem sim! O nosso filho acabou de nascer e você está aqui.
Esteve mal, sabia?
- Eu sei, mas... – Ela deu mais uma pausa para seu soluço. –
Eu queria tanto ter mais filhos, muito mais e sei que você também. – Ela limpou
seu rosto, não me encarava.
- Ainda vamos ter. Não fica assim, amor.
- Como? Se eu sou inútil? – Cruzou os braços e fez bico,
parecia uma criança fazendo birra. Sorri com aquilo e beijei sua testa.
- Você não é inútil, meu anjo. Não fala besteira, podemos
adotar.
- Não vai ter nosso sangue...
- E quem disse, que precisa ter o mesmo sangue que o nosso,
para ser nosso filho? – Ela sorriu de lado, beijei seu rosto. – Está bem mesmo,
meu bebê?
- Estou. – Sua voz ainda era manhosa.
- (risos) Eu tenho um nome para o nosso filho.
- Já éramos para ter escolhido um. – Ela riu, pela primeira
vez.
- Também acho! Pensei em um, já que falou que não tinha nome
de meninos.
- Pois é, eu jurava que seria uma princesa. Meu sentido de mãe,
falhou.
- (risos) Não falhou, amor. Se enganou, apenas.
- Me fala o nome, que você quer.
- Pedro.
- Lindo, eu amei.
- Gostou mesmo?
- Muito! – Esticou os braços e eu me aproximei dela, a
beijando com ternura.
- Amiga! – Laura, entrou no quarto nos assustando, rimos.
Conversamos com ela e ela disse, que no outro dia faria o
exame de sangue só para confirmar a compatibilidade sanguínea e depois já iriam
fazer a transfusão.
Daniela chorou mais uma vez quando soube, abraçou a amiga,
que também desabou ali, sorria olhando para as duas, parecendo duas menininhas.
*
Depois de muito conversar com o meu marido e minha amiga,
estava mais calma e feliz. Confesso que depois que fiquei sabendo, pelo médico,
que não poderia ter mais filhos, eu me senti uma inútil que não poderia dar
mais filhos ao meu marido e até cheguei a esquecer o bebê que tinha acabado de
por ao mundo. Depois de pensar muito, sobre tudo que o Luan me falou, eu vi que
realmente aquilo não era motivo para ficar tão triste, já tínhamos um filho e
depois poderíamos até fazer o bem para uma criança. Eu não era nervosa, mas
estava surpreendida, comigo mesma. Estava aflita desde da hora, que me
separaram de Luan e me levaram para a sala de parto, senti muita dor na
anestesia, mas psicológica até.
Dormi aquela tarde, que nem vi. Acordei com uma mão
acariciando a minha cabeça e vozes no quarto.
- Acordou, amor. – Luan beijou meu rosto.
- Dormi muito? Oi gente. – Falei com seus pais, sua irmã e
Rober, que estavam ali.
- Muito! Já é outro dia.
- Sério? Nossa!
- (risos) Sério, mas o médico disse que é normal. Ainda
mais que está fraca, pelo sangue que
perdeu.
- Falar nisso, cadê a Laura?
- Está tirando sangue, ela fez o exame e está tudo certo.
- Nossa! Eu tenho muito que agradecer ela.
- Ela é sua amiga, amor. Se meu sangue fosse compatível ao seu,
eu também doaria. – Ele fez bico e eu me inclinei um pouco para frente, para
selar seus lábios, já tinha me sentado.
Pedro chegou com a enfermeira, paramos o assunto e focamos
só nele. Todos babavam por ele e Luan já tinha dito o seu nome.
- Ele é tão pequeno, será que vai poder sair daqui quando?
– Perguntei, segurando sua mãozinha enquanto mamava, em uma pequena chuquinha.
Meus seios ainda estavam sem leite, por conta de ser muito cedo, mas o médico me garantiu que depois eu ganharia. O meu bebê era grande e esperto para sua idade, por isso também estavam deixando ele ir até o meu quarto, mas não ficava por muito tempo.
- Eu não sei, meu amor. – Continuamos a mimar aquele
pequeno, que logo teve que voltar para a incubadora, me deixando triste.
Passaram o resto do dia ali comigo, Luan não saia do meu
lado, sempre me mimando e animando, ria de suas graças. Recebi a transfusão do
sangue da Laura, e me senti muito melhor, mais forte. Apesar de que já tinha
até esquecido da fraqueza, depois que peguei meu filho em meus braços.
- Agora somos irmãs de sangue mesmo! – Minha amiga, dizia
me abraçando forte. Sorri e retribuí aquele abraço, na mesma intensidade.
- De sangue! – Luan sorriu, enquanto nos olhava.
- (risos) Cadê meu sobrinho? Quero vê-lo. – Ela fez bico,
depois que me soltou.
- Já veio e já mamou.
- Ah!
- Depois ele volta de novo, Laurinha. Vai ficar aqui? –
Luan perguntou.
- Vou sim, até a noite. Já perguntei e deixaram...Se me
quiserem aqui, é claro.
- (risos) Sua boba! É claro que eu te quero aqui. – Respondi
e eles riram.
Os pais de Luan e sua irmã, foram para minha casa no final
da tarde, por insistência minha, pedi que descansassem. Laura e Rober,
esperaram até que trouxessem Pedro de novo, amamentei ele e dessa vez, ficou menos tempo ainda, mas o suficiente para os dois babarem nele novamente.
quero maaais :3
ResponderExcluirQue coisa lindaaaaa!
ResponderExcluirQue fofo
ResponderExcluir